sábado, 20 de setembro de 2008

Prefácio da Edição Brasileira

Tivemos o privilégio da leitura dos manuscritos do texto que você tem em mãos.

O autor, ainda um ilustre desconhecido, estava inseguro quanto a qualidade do trabalho.
Podemos dizer que a peça,sim, tem qualidade. Tem o frescor do primeiro livro, ainda com altos e baixos. Desempenho esperado na situação de estreante.

Então o que nos faz sair da nossa obscuridade e silêncio?

Ora outros autores e momentos seriam indicados para a nossa opinião. Em diversos momentos a nossa intervenção mudaria os fatos, desbancaria reis, etc,

Por quê?

Ora não é sempre na História do nosso país (bem, de qualquer país) que somos representados.

E por que esta sanha por aparecer? Quem somos nós afinal para pleitear tal honraria?

Podemos dizer: ao nos avistar de longe você nos contará como um dos seus. Mas o que encafifa é sermos tão invisíveis.

Ralph, com a sua elegância nos deu um instrumento para medir esse nosso grau de invisibilidade: a quantidade de esbarrões na rua. Ele nos ensinou a empurrar de volta os mais desavisados (mesmo sendo desavisados, os pobres).

Neste texto, você vai nos encontrar. Não todos nós. Apenas uma parte. Somos muitos, com histórias para contar.

Quando terminar, não esqueça: ande com um identificador de pessoas invisíveis e um furador de bolhas.
O primeiro será necessário para os que querem evitar os esbarrões, melhorando a convivência conosco.
O segundo, instrumento necessário para os mais corajosos (ingênuos e incosequentes?) .
(O primeiro instrumento individual, não tão incomum, o segundo, liberar forças coletivas e mais dolorosas.)
Que mais do que con-vi-e-ver querem com-e-ser um de nós.

"Nunca na História deste país" homens e mulheres invisíveis lideraram.

Boa leitura

O povo brasileiro